Em nosso terceiro e último dia na Cordilheira Real fizemos o trekking de Maria Lhoco até Huayuni Potosi.
Nossa jornada começou pouco depois das 7 horas, quando o sol ainda não havia despertado. Dessa forma, estava escuro e frio quando deixamos o alojamento. De modo que começamos nossa caminhada com uma subida, antes mesmo do corpo tomar consciência de que havia acordado.
Atravessamos uma tropa de lhamas que nos dirigia o olhar vigilante, mas sem ameaça. Algumas mesmo ainda sentadas.
Cerca de uma hora depois já parávamos para tirar o casaco . O corpo esquentava pouco a pouco. Era um sinal de que a caminhada, mesmo que em altitudes entre 4.000 a 5.000 metros, começava a ficar agradável.
Enfim, descer montanhas em terrenos acidentados já não dava aquele pavor inicial, principalmente quando não eram estreitos e em encostas. Nesse sentido, minhas pernas pareciam já estarem mais acostumadas a esse sobe e desce em altitude que nunca haviam experimentado antes dessa aventura na Cordilheira Real.
O cenário majestoso do pico Huayuni
Assim sendo, seguíamos o nosso guia. Apenas sabíamos que caminhávamos em direção ao ponto final de nosso trekking. Conforme deixávamos Maria Lloco para trás, a cada passada nós tornávamos mais próximos de Huayuni Potosi. Sua beleza ofuscante proporciona um desejo louco de subir o seu topo. Sempre dizem que dentre as montanhas com mais de 6.000 metros de altitude, Huayuni é uma boa opção para estrear. Seja como for, só mesmo experimentando.
Enquanto esse dia não chega, nos contentamos em tirar fotos tendo Huayuni no cenário.
Por fim, nosso guia caminhava um pouco afastado e tentando falar no celular. Em um dado momento, sem nos dar alguma explicação, saiu da pista em que estávamos e me pareceu pegar um atalho de descida.
Na parte baixa podíamos avistar uma laguna e algumas casas que segundo o guia faziam parte das instalações de exploração de uma mina. Pela hora, imaginei ser o ponto final do nosso trekking. Entretanto passamos direto. por outro lado, em toda subida, mesmo curta, eu desejava que fosse a última. Da mesma forma que eu já não conseguia avaliar a beleza da paisagem .
O caminho de volta do Huayuni Potosi
Definitivamente, o sol forte e a fome eram uma combinação perfeita para minar a nossa energia. É provável que essa parte do trajeto não estava no roteiro combinado. Até hoje não sei o que de fato aconteceu.
Antecipadamente pagamos por um serviço de transporte para ir e retornar. Contudo naquele lugar ermo sem termos ideia de onde estávamos, achei melhor não discutir.
Finalmente, passou uma Van e nosso guia pediu carona . Portanto, o prometido almoço ficou no esquecimento. O guia percebeu nossa insatisfação e pediu ao motorista se ele poderia aguardar um pouco para que preparasse um lanche. Desse modo, preferimos não atrapalhar os demais passageiros que estavam na van e provavelmente também estavam cansados por estarem retornando de um trekking.
Depois de alguns minutos tentando manter uma conversa em espanhol com um jovem que acabava de tentar o topo do Huayuni, descobri que ele era brasileiro e do estado do Rio de Janeiro.
A partir daquele momento relaxei e me senti em casa.
Descanso em La Paz
De volta à La Paz a van nos deixou na porta da agência de turismo, que não era muito distante do hotel, mas diante de todos os contratempos desse último dia de trekking, resolvi protestar com o funcionário da agência. Surtiu efeito.
Enfim no hotel para um bom banho, uma merecida noite bem dormida e belas recordações do trekking Condoriri.
Montanhas da Cordilheira Real que nos aguardem. Voltaremos …
Se valeu a pena ? Eu respondo que sim. Um lugar incrível e esse trajeto básico que fizemos é possível para qualquer um que tenha um preparo em longa distância e subidas com desníveis positivos e negativos em torno de 600 metros, em altitudes sempre acima de 4.000 metros. Um fator a ser considerado, principalmente para quem vive no nível do mar. O importante é estar atendo aos sinais do seu corpo e fazer uma boa aclimatação.
A experiência na Cordilheira Real
O tempo é um fator imprevisível e pode nos surpreender em qualquer época do ano e em qualquer trekking em montanha. Por exemplo, a chuva atrapalhou a nossa caminhada ao topo do pico Áustria ( 5.350 metros) que fazia parte do roteiro contratado ( 1⁰ dia de trekking)
A Cordilheira Real oferece inúmeras montanhas de diferentes dificuldades para trekking ou mesmo alpinismo. O ideal é escolher qual a montanha que deseja fazer e procurar uma agência especializada nesta programação específica.
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