Dormi sob o efeito do eclipse solar e me transportei para um de meus percursos sabáticos na França. Diante da Fontaine de Janus, na place Broglie, Strasbourg, me vi finalizando mais um trajeto. Na figura da divindade romana das mudanças e transições, dos inícios e finais, das decisões e escolhas, a mensagem clara por via torta para fazer entender o que a mente preferia postergar: a corrida tem que continuar. Não adianta adiar. É preciso abrir as portas e dar liberdade para o passado e o futuro transitar. É preciso estar aberta para novamente recomeçar.
O inesperado pode surpreender, mas nunca ao acaso. Alguma mensagem sempre traz, mesmo que o olhar não esteja atento para captar. Sob o efeito do eclipse solar, pode se avolumar, em diferentes formas se apresentar e de diversas maneiras a cada um impactar, simplesmente para anunciar que está na hora de se confrontar com o passado, porque o futuro precisa de espaço para chegar. É hora de fazer a faxina emocional, varrer sentimentos guardados que angustiam, só pesam e não deixam as pernas caminhar.
São expectativas que se distanciam da realidade, tropeçam no próprio ritmo, perdem o rumo e fazem decepcionar. Nessas horas a vontade é estagnar, mas é preciso correr para se encontrar.
São percursos de idas e vindas, mas também percurso que não dá para retornar. Muitas subidas e descidas que necessitam atenção para não despencar. Dependendo da altura, pode se machucar.
São expectativas que se cruzam, se fundem e confundem. É preciso se conhecer para buscar uma força que, se deixar, prefere ficar onde está sem se movimentar.
É o tempo que não dá um tempo para sequer pensar. Uma rotina que enrola o tempo a ponto de cegar. Envolve e faz parecer estar tudo sob controle, quando, na verdade, não está. Chega a hora de correr para se encontrar.
Mas em qual percurso largar?
É no passo a passo pelo passado que se conduz até onde deseja um dia estar. E o sonho é algo que se pode alcançar. Porém é preciso entender para realizar.
É preciso que o próprio olhar possa se afastar para ter uma visão panorâmica e enxergar o que até então preferia simplesmente vendar.
O percurso sabático pode ser a opção para chegar lá. Não importa a distância e local. O ritmo da passada é que vai dizer quanto tempo vai gastar.
É no cheiro do verde, no silêncio da mata, no barulho da água e no medo de ter medo que dentro de você vai conseguir chegar. É possível na natureza obter respostas que tanto procura encontrar e estar frente a frente com quem de fato é, mas esqueceu em algum lugar.
Somos únicos em um todo e não adianta criar expectativas acima do que o próprio passo possa alcançar.
É possível pegar carona no vácuo de outro corredor, o desgaste é menor, mas não estará fazendo a sua própria corrida.
E para se descobrir e nesse percurso avançar basta querer estar com você. Deixar os passos conduzir, a vida fluir e se abrir para esse novo você despertar e bem do fundo submergir com novas expectativas para um novo começar.
É preciso correr para se encontrar e tudo recomeçar.
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Todo filosofica hj!
Ainda sob o efeito da eclipse.
É isso ai… run just run…
OUi! C’est vrai.
Vi, sempre amo o que você escreve. Este mexeu comigo. Correr pra dentro da gente é o maior desafio. Beijo