Correr para trás ao atravessar as ruínas

Quando uma grande onda passa e leva seus castelos de areia, nada melhor do que lembrar de um castelo que resiste, mesmo que apenas ruínas, mas que permite a todos que o visitam correr para trás no tempo e conhecer sua história. É simples assim. O que a visão não alcança,  desperta a curiosidade para novos percursos trilhar.  É o  saber que chega em pleno lazer.

brasão no Château Hohengeroldseck
Brasão do Burgruine Hohengeroldseck

Melhor ainda é ter como opção uma caminhada por uma paisagem que  faz qualquer um sentir que o paraíso é logo ali. Esse foi meu percurso ao  Burgruine Hohengeroldseck, estrategicamente situado no topo de um local especial da Floresta Negra, na Alemanha.

janelas do Château Hohengeroldseck
Janelas do Burgruine Hohengeroldseck

Mais uma aventura na companhia da família de amigos franceses e presença do trio canino Nola, Lili e Gabi.

Partida para o Château Hohengeroldseck com Nola
Partida para o Burgruine Hohengeroldseck

De Strasbourg à Seelbach

De Strasbourg à Seelbach são cerca de 50km. Atravessamos a fronteira entre França e Alemanha de carro, mas tendo disposição é possível fazer caminhando, correndo ou de bike e aproveitar para conhecer o Jardin des Deux-Rives e várias cidades pelo trajeto.

Confesso que até pensei em experimentar partir de Strasbourg para um percurso mais longo, mas  bateu dúvida. Na verdade, aquela velha insegurança de  se aventurar sozinha rumo ao desconhecido. Vai que acontece algum imprevisto? A vontade ainda permanece. Quem sabe um dia acontece.

Nossa caminhada começou, de fato, em uma rotatória próxima a um supermercado na entrada da cidade alemã e já está guardada nas boas lembranças de uma temporada na Alsace.

É possível chegar de carro até cerca de 1km do castelo. O trajeto todo a pé tem cerca de 11km. Subida na ida e descida na volta. Demos largada com todo gás e sem ter ideia do que viria.

Apenas o experiente pug Gabi, com sua vivência canina, parecia prever que iria ser necessário pernas para quem tem e começou a economizar as suas em toda oportunidade que surgia.

Ao contrário de Nola, que não nega a sua raça jack russell e muita energia para gastar. Parecia se divertir correndo atrás de tudo e todos que cruzavam nosso caminho, além de também nos colocar para correr na tentativa de frear suas peraltices a tempo de não criar situações embaraçosas.

A visita ao Burgruine Hohengeroldseck foi em maio, mas o sol de primavera já queria nos preparar para o verão que estava por chegar. Qualquer sombra pelo caminho era motivo suficiente para uma merecida pausa.

um lugar para descansar
um lugar para descansar
Lily e Gabi também estavam com sede
Lili e Gabi também estavam com sede

E cada gole d’água era literalmente apreciado e também disputado. O sol só deu refresco no trecho dentro da mata.

O trajeto de ida é uma subida de cerca de 5km, que mesmo contínua, tem inclinação moderada e não chega a ser obstáculo para quem não está em dia com o preparo físico.

Porém, no trecho até a entrada da floresta passa alguns carros, motos e também é frequentado por ciclistas. Alguns, à passeio e outros, em treino e em alta velocidade. Por isso, é preciso ficar atento todo o tempo.

Ciclistas e caminhantes no percurso para Hohengeroldeseck
Ciclistas e caminhantes no percurso para Hohengeroldeseck

O quilômetro final é mais inclinado. Gabi pensou seriamente em dar meia volta, saindo à francesa. Pego em flagrante delito, o jeito foi respirar fundo e prosseguir, mesmo sem entender o propósito de gastar tanta energia para ver o que um dia foi um castelo.

O que Gabi não sabe é que a subida passa até despercebida, nesse trecho dentro da floresta. Em diferentes pontos, várias atrações, de forma lúdica, contam a história do local e preparam os visitantes para essa viagem através do tempo e das ruínas.

A localização,  545 metros de altitude,  na época, foi estratégica por oferecer um amplo campo de visão para controle, durante as inúmeras disputas.  Agora, é um presente para os olhos que faz ter certeza que valeu a pena. A vista panorâmica é simplesmente energizante.

E se tiver disposição de seguir em frente é só escolher a direção quando começar a descer, porque opção de trilha é o que não falta.

visita ao Castelo de Hohengeroldseck (2)
visita ao Castelo de Hohengeroldseck

 

Burgruine Hohengeroldseck

visita ao Castelo de Hohengeroldseck

Castelos e um sobrenome comum a duas famílias: uma da Alemanha e outra da França. Detalhes que podem confundir na hora de pesquisar e levar a um destino diferente do programado. O Burgruine Hohengeroldseck fica em Seelbach, na Alemanha e foi construído no século XIII, por Walter Geroldseck. Abrigou gerações da família e foi palco de várias disputas provocadas pelo temperamento violento  por parte de descendentes.  Durante sua existência foi cercado várias vezes.  No século XVII, o castelo foi totalmente destruído por um incêndio provocado por tropas francesas. As ruínas do Hohengeroldseck   podem ser visitadas durante todo o ano e oferece uma vista panorâmica dos vales de Chuttertal, Kinzigtal e Harmersbachtal e da cidade de Lahr. Com céu claro é possível avistar o cume de Feldberg, o ponto mais alto de Baden-Württemberg, e a cidade francesa de Strasbourg.

O acesso ao Burgruine Hohengeroldseck é gratuito. A preservação do local é feita por uma sociedade, que também organiza um grande festival no mês de setembro. É só conferir e partir.

No Office du Tourisme da cidade de Seelbach pode-se também obter mais informações sobre visita guiada e diferentes trilhas da região.

 

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