O encontro com Ho’Oponopono no percurso sabático

Ondas do mar da vida

Muitas vezes planejamos alcançar objetivos e sonhamos com a concretização de situações sem contar com os obstáculos e imprevistos. Muitas vezes planejamos e sonhamos em conquistar o que vai além da nossa vontade de realizar. Nesse momento, a euforia e disposição, inicial, cedem espaço à frustração. O trajeto, que parecia fácil, começa a ter curvas, muitas dessas nos dando a sensação de voltar ao mesmo lugar.

percurso Saint Mandrier - caminhos que se bifurcam
percurso Saint Mandrier – caminhos que se bifurcam

Depois de oito meses de França, de ter encarado um percurso com subidas íngremes e descidas, na mesma proporção, mas com algumas retas para relaxar e não desistir de continuar, me percebo ansiosa, como em uma primeira gestação, às vésperas do nascimento, mas com risco de abortar. Os meses voaram, os sonhos ficaram perdidos em algum ponto do caminho e os objetivos tiveram que ser reprogramados. O factual tirou a máscara e o cotidiano se mostrou problemático e disposto a ocupar todo o tempo.

Nesse momento, surge uma mistura de sentimentos que, mesmo não sabendo onde vai me levar, consegue me paralisar. Foi assim que o Ho’Oponopono me apareceu como ferramenta para na maratona da vida continuar.

Depois de duas amigas me indicarem essa estranha palavra, meu instinto jornalístico resolveu apurar. Apesar de sempre me interessar pelo conceito de visão holística, confesso que tinha total desinformação sobre a prática do Ho’Oponopono, um método ancestral havaiano de cura, resolução de problemas e transformação, originário da sabedoria milenar dos antigos Kahunas, que auxilia a olhar para dentro de nós mesmos, desvendar os mistérios, corrigir os erros e acertar o passo.

Ainda iniciante na prática, não me sinto com propriedade para falar. Eu só posso dizer que resolvi exercitar e muitas respostas procurar encontrar.

Na verdade, sem conduzir ou programar, meu período sabático, que antes tinha apenas projetos de organizar a minha vida externa, me fez perceber a importância de primeiro desvendar um caminho interno, muito mais difícil do que os 42,195 km que eu pretendia completar, mas que, certamente, vai me fortalecer para todas as maratonas que na frente tiver ou quiser encarar.

Por que Sanary-sur-Mer? Uma pergunta que todos, inclusive eu, me faziam, no início do percurso, hoje, já tenho a resposta. Assim como no Rio de Janeiro, em contato direto com a natureza, em melhor lugar, eu não poderia estar para nesse interior viajar. Sanary não tem a universidade, que antes pensava buscar para me aprimorar, mas é o cenário perfeito para primeiro me encontrar. Nas caminhadas, a sós, pelas trilhas do litoral e florestas, venho enfrentando o medo, o desconhecido e o estar comigo mesma. Venho tropeçando e muitas vezes me machucando.

Como uma criança que começa a dar os primeiros passos, nessa caminhada interior percebo que o cambalear faz parte do aprendizado e que o importante é insistir e nunca desistir para ao passo firme chegar. Percebo também, que sempre é possível recomeçar, até o que achava já não ter mais o que evoluir, aprender e dar. Percebo ainda que partes do trajeto são difíceis de transpor, mas não impossíveis, e que tem situações que, para melhor compreender, é necessário meditar e observar, evitando que a pressa e a imprudência possam levar a se perder no caminho que escolher.

Trilha Portissol - Sanary sur Mer
Trilha Portissol – Sanary sur Mer

Eu, hoje, não sei se o percurso externo, anteriormente programado, terei tempo e condições de realizar, principalmente porque aprendi que não basta desejar. Eu, hoje, só sei que estou buscando e vou continuar correndo ou caminhando para completar. Quem sabe meus projetos e sonhos estão no futuro a me esperar.

As quatro palavras do Ho’Oponopono, na minha vida, acredito que chegaram para ficar. E se você quiser experimentar, basta começar a praticar.

 

O que é Ho’oponopono?

Ho’oponopono Huna é um ritual havaiano utilizado pelos antigos sacerdotes para resolver problemas na sociedade, com base em reconciliação, curas e perdão. Não é uma prática religiosa. Pode-se dizer que é um pensamento filosófico. A proposta é que o indivíduo assuma responsabilidade diante dos acontecimentos de sua vida ao repetir as frases: “Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grato”

O objetivo dessas palavras é ajudar a pessoa a entender que seus problemas são memórias que se repetem no seu subconsciente, que as dificuldades que possui não têm nada a ver com alguém em especial, um lugar ou uma situação. Tudo que acontece é de sua inteira responsabilidade. Ao vivenciar conflitos repetidos, a pessoa pode permanecer envolvida nesses ou escolher fazer tudo diferente.

 

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Comments

  1. Maúde says:

    Ei, Vi! Vc sempre me surpreendendo com suas reflexões, com o seu caminhar. Agora com o Ho Oponopono! Vou conhecer melhor esta filosofia.
    Feliz caminhada!! Beijo grande com saudade

  2. Anônimo says:

    Muito interessante essa sua reflexão. Conheço a prática e ultimamente tenho tido muito contato através de uma sensitiva que divulga e disponibiliza a prática do Ho oponopono pela internet. O estar só em um país estranho necessita de um apoio interior e isso essa prática certamente lhe proporcionará. Te peço perdão, sinto muito, eu te amo, obrigada .

  3. Leticia says:

    Que linda reflexão Vir! Não conhecia esse termo Ho oponopono, já tinha ouvido os termos (sinto muito, me perdoe e sou grato), mas em uma outra situação.
    Muito interessante, irei procurar saber mais!
    Saudades
    Beijos

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