A oportunidade de encontrar com um dos filhos depois de oito meses, e ter a sensação de matar em parte a saudade, que tenho de todos, fez das 16 horas de ônibus de Toulon a Strasbourg a viagem mais longa e também mais desejada de todo o meu período na França. Seria um rápido encontro de apenas quatro dias, mas que foi programado e esperado durante muito tempo.
Esses oito meses têm sido a mais dura prova de resistência. É a primeira vez, desde que fui mãe aos 19 anos, que me encontro afastada de todos, tanto tempo e tão distante. Uma distância que sempre resolve estar presente de forma nostálgica e que me mostra, dia a dia, o tamanho do meu gostar. Uma distância que muitas vezes me faz ter vontade de desistir, mesmo sabendo que é preciso seguir em frente. Mesmo sem saber o que vem pela frente.
Encontrar minha filha e aproveitar cada minuto juntas era a minha única programação e tudo que fosse possível nesse contexto, seria bem-vindo.
E foi assim que desembarquei em Strasbourg. Mas, essa linda cidade francesa, na região da Alsace, desta vez, seria apenas um ponto de parada para o encontro e prosseguir viagem em direção à Alemanha. No pouco tempo que pude circular por Strasbourg, constatei porque é tão difícil conseguir um local para ficar. Além de representar simbolicamente a União Europeia, ao sediar o Parlamento Europeu, é cidade universitária e recebe um grande fluxo de estudantes, mas, também, de turistas. A paisagem de Strasbourg encanta, sua arquitetura desperta interesse e a sonoridade da língua na região revela a relação histórica franco-alemã, que também pode ser vista nos costumes, na cultura, nas construções e em pequenos detalhes espalhados por toda a cidade. Tentei conhecer ao máximo em duas breves paradas na cidade, uma na ida e outra no retorno do encontro com minha filha. Mas, definitivamente, Strasbourg não é uma cidade para bate-volta, se você quer realmente enxergar, e não apenas ver, o que tem a oferecer.
Mas, o nosso destino final nada ficou a desejar. Pelo contrário, tive a oportunidade de visitar duas encantadoras cidades, Karlsruhe e Heidelberg, que, talvez, eu jamais incluiria em um roteiro turístico na Alemanha.
Karlsruhe, a menos de 100 Km de Strasbourg, fica no sudoeste da Alemanha, no estado de Baden-Württemberg e abriga uma das principais universidades de Ciências e Engenharia da Europa, o Karlsruhe Institute of Technology (KIT). Seu perfil de universitária traz movimento à vida noturna da cidade e uma atmosfera jovial em um país cujo envelhecimento da população é predominante.
A cidade se formou ao redor do Palácio de Karlsruhe, fundado no século XVIII e, de diferentes pontos, a torre do castelo é referência de localização. No Zoológico, na Praça do Mercado (Marktplatz), no Jardim Botânico ou simplesmente caminhando por Karlsruhe, sem rumo, é certo encontrar uma paisagem que vai querer registrar e para sempre lembrar.
A opção de conhecer Heidelberg surgiu no último dia que estaríamos juntas. A cidade fica em torno de 50 km de Karlsruhe e o trajeto, de carro, ônibus ou trem, pode ser feito em cerca de 40 minutos.
Sem programar, desembarcamos em pleno festival Heidelberger Herbst, com opções gastronômicas e culturais para todos os gostos. Heidelberg estava repleta de turistas. Embaixo, no centro, um show e grande animação em todas as praças. No alto, o convite para passear pela história e passado, percorrendo lindos jardins e ruínas do castelo de Heidelberg.
Cruzei também com vários corredores e só depois fui saber que a cidade estava em contagem regressiva para a maratona, que aconteceria no final de semana seguinte. Quem sabe, em uma próxima vez, possa estar entre eles descobrindo Heidelberg a cada passada nos 42.195 km.
O tempo correu. O evento prometia agitar a noite de Heidelberg, mas não dava para ficar. Partimos, com vontade de novamente regressar. É uma cidade que vale a pena programar para ficar mais do que um bate-volta.
Os dias também pareceram não cooperar e as horas acelerar. Difícil foi despedir, ver o ônibus da minha filha partir, sem saber quando novamente poderei assim aproveitar. A sensação de que parte da saudade havia tirado férias acabou. Era hora de voltar para casa, para Sanary-sur-Mer, apenas na companhia das boas lembranças dos passeios, das conversas e dos momentos de pura diversão. Era hora de continuar desejando repetir ou quem sabe um dia conseguir realizar o sonho de aqui estar e viajar com toda a família.
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Adorei Vi, imagino que delícia de encontro o de vocês!!!!
E as cidades lindas!!!!!
Beijos…
Que sorte. Uma depois a outra. Muito bom!
Que lindo reencontro!!!!
Strasbourg eh realmente lindo! Vontade de ficar mais tempo!
Heidelberg nao conheci e tao pouco sabia que la tem maratona, muito legal🤔🤔🤔
Lindo relato!!