Onde está o francês?

O francês nativo convive com pessoas do mundo todo em suas cidades.

Aquele francês que sempre escutei falar, ainda estou a procurar. Na verdade, nem quero encontrar. Eu não sei se minha sorte ou se lenda sobre o povo francês, mas, o fato é que o mal-educado que só fala sua própria língua e não quer fazer amizades, pelo menos, nessa temporada na França, eu ainda não conheci. É claro que falo do todo, porque pessoas de mal com a vida, e com os outros, existem em qualquer lugar, não somente na França e, principalmente, em Paris.

Parisienses convivem com turistas do mundo inteiro.
Parisienses convivem com turistas do mundo inteiro.

E mesmo se assim fosse, é preciso lembrar que a Cidade Luz é a capital turística do mundo. Por ali passam milhares de pessoas de diferentes partes e muitas dessas decidem, inclusive, ficar. Em Paris, é difícil imaginar estar de bom humor 24 horas, nos sete dias da semana, com tantas pessoas o tempo todo. Tentar agradar é difícil, mais ainda para quem não trabalha com turismo. É só se colocar nesse lugar.

Porto de Toulon também é porta de entrada de turistas e imigrantes
Porto de Toulon também recebe muitos turistas.

Até o momento, eu só posso dizer que, através dos franceses, resgatei o valor da palavra e o senso do compromisso. Entre os franceses que conheci, percebi também que prezam e cultivam a boa amizade e que existe uma grande diferença entre fazer amigos ou  simplesmente aumentar o número de conhecidos.
Resgatei também o peso da legalidade e o respeito ao cidadão. Na França, acompanhei a resposta das urnas e o fazer valer a constituição. Mesmo em um momento de tensão e com um futuro sem previsão, a população recusou dizer “não” ao lema: Liberté, Egalité, Fraternité.

Sanary-sur-Mer, balneário turístico. Recebe turistas do mundo inteiro no período do Verão.
Sanary-sur-Mer, balneário turístico. Recebe turistas do mundo inteiro no período do Verão.

Estando dentro da lei, terá obrigações, mas também direitos. Imigrante, não tem como não ser, tanto na França como em qualquer lugar que não seja seu país de origem.  Não é um rótulo que se tira e joga fora. Momentaneamente, ou não, é um estar.
Eu ainda não tive oportunidade de comprovar a burocracia francesa, mas pude constatar que não existe espaço para o conhecido “jeitinho”. Talvez, possa parecer estranho para quem vem pensando que pode resolver tudo, mas, aqui existem direitos e deveres e é assim que sabem ser.

Grupo Godasse Bagnado de Ollioules no circuito La Flûte
Grupo Godasse Bagnado de Ollioules no circuito La Flûte

Na terra alvo de ataques terroristas, eu encontrei a segurança para ir e vir, aposentei o terceiro olho e dou folga ao estado de alerta. Vejo o direito à saúde e à educação prevalecer e uma busca pelo equilíbrio no viver.
Aquele francês que muito escutei falar, com certeza não quero encontrar, mas quando daqui partir muito vou levar.

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