Hyères em dois tempos

palace Clémenceau

Depois de fazer o circuit Ville Haut, recarregar a bateria do celular e a minha também, dei início ao segundo tempo do meu dia em Hyères, com o circuit  Hyères XIX ème , uma caminhada pela cidade e mais uma viagem ao passado.

roteiro
roteiro

O circuito, também sugerido pelo Office de Tourisme da cidade, tem outros 15 pontos turísticos para conhecer. Era preciso não perder tempo, pois pretendia pegar o trem Hyères/Sanary, no máximo, no início da noite. Da gare até a minha casa, ainda teria um caminho a percorrer em torno de 4km, que eu não queria fazer no escuro.
Novamente com meu instrumento de localização nas mãos, comecei  fazendo uma pequena alteração na ordem do roteiro  para conciliar com o meu trajeto até a gare.
O primeiro monumento é no próprio local de instalação do Office. Um palácio em estilo neo-clássico, de 1866.  Bem próximo, na esquina das avenidas Ambroise Thomas e Jean Jaurés, descobri por um erro de percurso, porque não consta entre os pontos turísticos do roteiro, o Casino des Palmiers. Inaugurado em 1902, teve sua atividade suspensa em 1962.  Após diferentes destinos, foi reinaugurado em 1991 e, atualmente, funciona como um local de jogos e hotel. A sua imponente fachada e o lindo jardim merecem o desvio de caminho.

Retomando o roteiro, é hora de apreciar não só os pontos turísticos citados,  mas o paisagismo desse canto da cidade  repleto de  palmeiras,  árvore que faz parte do nome da cidade, Hyères des Palmiers.
Nesse passeio ao século XIX, com percurso de ruas e avenidas, subidas, descidas e planos, vão surgindo hotel, igreja, fonte, escolas e casas clássicas,  exuberantes e até exóticas, que  instigam o imaginário sobre antigos e atuais moradores ou frequentadores dos locais.
A harmoniosa mistura arquitetônica, passado e presente, pincelada com palmeiras, dá um toque especial a essa parte da cidade, ultrapassa a expectativa.

Faltou tempo para sentar em uma praça e deixar o tempo correr sozinho. Faltou tempo para conhecer as trilhas do litoral, a salina, o sítio arqueológico do IV século a.C e todo o esplendor de Porquerolles e ilhas do entorno. Faltou tempo de ter mais tempo e fui embora com desejo de quero mais.

Curiosidades sobre Hyères

Site d’Olbia

Bem antes dos primeiros hyérois, no século IV a.C, os gregos de Marseille fundaram uma colônia fortaleza à beira mar para proteção contra ataques piratas e para assegurar o comércio marítimo. Os vestígios dessa colônia permitem aos visitantes compreender a evolução urbana de uma antiga cidade com 1000 anos de existência. Com um plano geométrico, a cidade permitia uma repartição igual entre as famílias. Quatro quarteirões idênticos delimitados por duas vias perpendiculares. A única porta da cidade abria-se, provavelmente, para o porto.  Os primeiros Olbiens eram soldados, colonos, pescadores e agricultores.
Antes de uma visita, é sempre bom conferir no site da cidade para não encontrar o local fechado. Os horários de abertura e fechamento mudam conforme a época do ano.

Palmeiras de Hyères

Hyères-des-Palmiers é o nome completo da cidade. As palmeiras, símbolo de Hyères, começaram a aparecer no Renascimento. No século XIX, escapam dos jardins para ganhar as ruas e mais tarde, diferentes países da Europa. As palmeiras, até hoje, são parte integrante da paisagem da cidade.

Hyères, por seu clima ameno, foi uma badalada estação de inverno que atraia intelectuais de diferentes países. Passaram por lá escritores famosos como o francês Victor Hugo (Os miseráveis) e o russo Léon Tolstói (Guerra e Paz).

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