Falar Francês correndo

vento forte e rota beirando o mar

 

Pela primeira vez, desde que cheguei em Sanary-sur-Mer, consegui falar francês com outro corredor e ainda correndo. Até agora estou sem acreditar.

Certamente foi uma prova difícil. O sinal verde surgiu  quando o vento e o frio me fizeram desistir do percurso  anteriormente previsto,  dessa forma, pensei como trajeto alternativo entrar correndo em uma vila privada, em Six Fours Les Plages.

Na dúvida, resolvi pedir informação, mesmo que de uma certa distância. Não esperava nem resposta, mas o aceno de mão dizendo que não, e me chamando para ir para a pista, foi o suficiente para não perder a oportunidade de tentar uma conversa.

corniche de la coudoulière
vento forte me afastou da rota inicial

De início cheguei fazendo uma curta apresentação. Aquela que já decorei. Logo a seguir engatei de primeira, literalmente, no papo e também porque era uma subida. 

Eu tentava acompanhar a passada, enquanto pensava em francês e procurava as palavras, as concordâncias e os pronomes  que não vinham.

corredor gentil em six fous les plages
Um corredor foi gentil em prestar informações enquanto corria. Ainda pude falar francês

Falar  francês ou português?

Em que língua eu falei, sinceramente, não sei, mas posso afirmar que não foi em português e que, de alguma forma, íamos nos entendendo, assim como nossas passadas. Pelo menos era o que eu queria acreditar. 

Ele me contou que estava fazendo um treino porque iria correr 10Km em uma prova no domingo seguinte, em Cannes. Confesso que me bateu uma pontinha de inveja.

Eu havia pensado em fazer a minha estreia nessa corrida, que acontece junto com uma meia maratona, contudo não encontrei um transporte (ônibus ou trem), que saísse cedo de Sanary-sur-Mer e chegasse em Cannes ainda em tempo da largada, que estava prevista para 9 horas.

corniche du Rayolet
Apesar do sol o vento forte.

Por outro lado, também não pensei como opção pernoitar em Cannes. A minha estreia em corridas na França e conhecer Cannes só foram adiados, temporariamente.

Nesse papo atravessado, eu fui acompanhando o corredor, sempre com a sensação de estar atrapalhando,  contudo não me sentindo inconveniente o suficiente como ficaria se fosse no Brasil.

Queria perguntar, mas a palavra “atrapalhar” fugiu correndo da memória. Certamente, para me ajudar. Só pensava que poderia ser o primeiro contato para entrar e conhecer um pouco o universo dos corredores dessa região.

Fim da linha e do papo com o francês

O caminho que fazíamos já era conhecido, de tal sorte que estávamos nos aproximando da Plage du Rayolet, em direção a Le Brusc.  Agora ele começava a acelerar as passadas, ou, talvez, voltar ao ritmo pretendido que lá atrás, gentilmente, interrompeu, para me dar uma informação.

corniche du Rayolet
Apesar do sol o vento forte.

Dessa forma, resolvi entender nas passadas que era o fim da linha. Finalmente era hora de me despedir e pegar o caminho de volta.

O desejo de dar boa sorte para a corrida também não saiu em francês, porém o pedido para tirar uma foto foi automático.  Felizmente quando já estava longe, lembrei: Bonne Chance!

Por fim, não me perguntem o nome do corredor francês porque não deu tempo de perguntar.  Portanto, fica para uma próxima vez se cruzarmos pelos percursos.

 

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